O Futuro do RH já chegou e veio cheio de desafios. Um deles: como acompanhar a evolução ágil de cargos e carreiras tech? Continue a leitura!

por Victor Barbalho | 15/4/2021


▶ Entre os anos de 2018 e 2024 serão demandados 420 mil profissionais da área de tecnologia no Brasil, ou seja, uma média de 70 mil profissionais ao ano, segundo relatório da BRASSCOM (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Sendo que no Brasil se formam, em média, 46 mil profissionais com perfil tecnológico no ano, segundo a mesma fonte.

Parece uma oportunidade? Para mim e para a BRASSCOM também! Por isso acredito ser importante entendermos as características desse mercado de trabalho.

Desde o início da pandemia, considerável parte dos trabalhadores brasileiros e do mundo passou para o home office e sabe-se que esse caminho é sem volta. Além disso temos a tecnologia 5G chegando, que tornará possível a internet das coisas, envolvendo cada vez mais a tecnologia no jeito de existir do ser humano. Esse mercado de trabalho vibra em nossos tempos.

Agora os mecanismos de interligação digital das pessoas (entre elas e com o mundo) crescem de forma acelerada. O mercado digital nunca foi tão grande, levando tudo a sua volta a sofrer revoluções profundas em suas formas de acontecer, inclusive nos tipos de trabalho e especializações.

Como por exemplo, já ouviram falar em Product Designer, Product Owner, UX/UI Designer, UX Researcher… Mas espera aí, onde está o Analista de TI? Não era tudo na Bat Caverna do Desenvolvedor e com o pessoal do Suporte? Quem são vocês!??!? Tragam meu mundo de volta!

Pois é, essas pessoas são as que trabalham dia e noite para nos trazer soluções tecnológicas que precisamos e queremos, atendendo nossas dores, necessidades e desejos.

A tecnologia avança a passos largos e com isso o que fazemos com ela também. As empresas, o trabalho, o ser humano, nunca foram tão digitais e, para fazer tudo isso acontecer, precisamos cada vez mais de especialistas e em mais áreas que não entravam no processo até pouco tempo atrás.

Esse artigo é para falarmos das grandes mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho de TI e de como o RH também precisa se preparar para ser uma profissão do futuro.


MAIS FUNÇÕES E MAIS ESPECÍFICAS

Hoje o desenvolvimento de soluções tecnológicas acontece em uma complexidade, volume e velocidade que faz ser necessária uma equipe maior, mais especializada e, principalmente, multidisciplinar. Se antes um Programador dava conta de programar todo um sistema e materializar as ideias em soluções, hoje, entre outras muitas funções, nós precisamos de Programadores especializados em etapas específicas do processo. É aí que nascem o Full Stack, Front End e Back End.



Diagrama de Funções Tech


Essa mudança se deu por conta da complexidade que cada assunto em programação passou a ter e, também, por conta do aumento de demandas, tornando o processo de produção menos “artesanal” nas organizações, ou seja, mais fatiado em uma “linha de produção”.

Só que esse setor vem sofrendo mudanças mais profundas que essa, trazendo especialidades utilizadas na concepção de outros tipos de produtos para dentro da produção de soluções tecnológicas nas organizações. Aqui quero destacar o Design que, na área de Tecnologia se divide em: UX Design (User Experience Design) e UI Design (User Interface Design).


INCORPORAÇÃO DEFINITIVA DO DESIGN

O Design trata da relação das coisas com seu ambiente e com o ser humano. Então, ter suas premissas e técnicas incorporadas no processo de desenvolvimento de um produto tecnológico faz todo sentido, não? E com a ampliação do mercado de soluções tecnológicas essa fusão entre Design e tecnologia vem ficando cada vez mais forte.

Não quero aqui passar a falsa ideia de que isso começou agora. Não. O design sempre esteve incorporado neste processo, mas isso está se profissionalizando e se difundindo em larga escala e é por isso que estamos falando deste assunto.

De forma muito resumida: o UX/UI Design existe para gerar a melhor experiência para o usuário. O UX olha para toda a experiência que o usuário tem com o produto, desde o querer até o deixar de consumir. Já o UI se foca em estudar as interfaces que o produto tem para interação com o usuário, levando-o a ter uma experiência fácil e incrível.

Se você trabalha ou já trabalhou em uma organização, esse exemplo vai te deixar claro um dos tipos de problemas que o UX/UI Design veio ajudar a resolver. Já acompanhou o desenvolvimento de um sistema para uma empresa? Já ouviu as reclamações que surgem nesse processo como “o pessoal de TI não entende o que precisamos” ou “eles não sabem explicar o que querem.”

Pronto, esse é um dos problemas que o UX/UI design vem resolver, definindo métodos e técnicas e, com isso, criando um mercado de trabalho que tende a ser gigantesco.

Para termos mais clareza do impacto que essa e outras mudanças trouxeram nos cargos e carreiras existentes no mercado de tecnologia, apresento o quadro a seguir:



Estrutura de cargos tech


Repare que essas equipes continuam gerando o mesmo tipo de produto: uma solução tecnológica, mas agora a complexidade aumentou – e muito.

As pessoas e as organizações estão cada vez mais conscientes das vantagens que podem tirar desse tipo de solução, levando-as a explorar em massa todas as possibilidades. Agora essas equipes contam com pesquisadores, especialistas em tipografia, psicólogos, e por aí vai.

Além disso, temos o surgimento de modelos de gestão nas organizações para a produção de tecnologia que faz surgir cargos como Product Owner, Product Manager e Project Manager.

Já deu para entender o nível de mudança que esse mercado vem sofrendo, né?

Agora, se você pensa que parou por aí, calma, esse é só o começo.

Sabemos que ainda veremos muitas revoluções e estou atento. Veja a seguir tudo o que ainda temos para explorar, só dentro do UX design:



User Experience Design

Mapping the Disciplines of User Experience Design by envis precisely GmbH



Neste texto eu trouxe somente as áreas de conhecimento mais amplamente consolidadas nas organizações atualmente e que já se tornaram carreiras e cargos. Isso porque nem falamos de cyber segurança ainda… Com certeza teremos muito o que discutir sobre este mercado de trabalho, mas fica para um próximo artigo.


INSIGHTS PARA O RH DO FUTURO

Agora deixo uma reflexão: se compreender todas essas mudanças no mercado de trabalho de TI é importante para os trabalhadores da área, imagina para os contratantes desses trabalhadores. É indispensável! É uma corrida contra o tempo para as organizações conseguirem internalizar essas mudanças para que consigam atrair esses profissionais e manterem-se competitivas na entrega de suas soluções. Ainda mais com a globalização/internacionalização da disputa por esses profissionais tão indispensáveis em nossos tempos.

Está precisando de ajuda para compreender e acompanhar essas mudanças? Conte conosco!

E para ampliar o seu repertório sobre o Design de produtos digitais, recomendo muito que assista ao 5º episódio da 2ª temporada da série documental produzida pela Netflix: “ABSTRACT: The Art of Design”. Quem apresenta esse capítulo é Ian Spalter, só a pessoa que reformulou o Instagram!

Leia também os artigos da medium.com indicados nestas referências. São produzidos por especialistas e educadores dessa área.

Forte abraço!

Victor Barbalho, Psicólogo e Consultor de Gestão de Pessoas.


REFERÊNCIAS:

BRASSCOM. Relatório Setorial 2020 Macrossetor de TIC. Disponível em: https://brasscom.org.br/relatorio-setorial-2020-macrossetor-de-tic/.

EDITORIAL AELA.IO. UX Design: O Que é e Como Atuar na Área? Disponível em: https://medium.com/aela/o-que-%C3%A9-ux-design-2f8161cd1a7b.

______. UX Design: Quais as Possibilidades de Atuação? Disponível em: https://medium.com/aela/ux-design-quais-as-possibilidades-de-atua%C3%A7%C3%A3o-e15c2086aff5.

______. UX/UI Design: Quais São os Diferentes Termos da Área? Disponível em: https://medium.com/aela/entenda-os-diferentes-cargos-e-termos-em-ux-ui-design-4810cc7e01c8.

GÓES, Geraldo Sandoval; MARTINS, Felipe dos Santos; NASCIMENTO, José Antonio Sena do. Potencial de teletrabalho na pandemia: um retrato no Brasil e no mundo. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/2020/06/potencial-de-teletrabalho-na-pandemia-um-retrato-no-brasil-e-no-mundo/.

NETFLIX. Abstract: The Art of Design. Disponível em: https://www.netflix.com/watch/80237097?trackId=200257859.

VARELLA, Claudia. Emprego em alta para “devs”. Disponível em: https://economia.uol.com.br/reportagens-especiais/mercado-de-trabalho-busca-desenvolvedores-ti/#page2.


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Transmissão ao vivo em 28/4/2021, às 10h (horário de Brasília)


  Realização:




Confira as respostas às perguntas não respondidas durante a live:


 
  • ▼ RESPOSTAS DOS ESPECIALISTAS

  • 1. Não falta conhecimento das empresas no quesito das áreas de TI? Muitas vagas querem especialistas em desenvolvimento, segurança, redes, projetos, UI\UX… Tudo em uma única vaga.
  • R.: Falta sim. Aliás, muitas empresas que crescem exponencialmente têm este problema. Por esta e outras razões, é tão importante uma arquitetura de cargos e carreiras na empresa. Caso contrário, falta até mesmo conhecimento sobre o que exigir e o quanto pagar.


  • 2. Como apoiar os profissionais para o desenvolvimento da habilidade de autogestão?
  • R.: Dedicando tempo, esforço e recursos em Educação Corporativa! A autogestão, autorresponsabilização e a colaboração remota não são naturais no perfil de muita gente e devem ser tratadas como prioridades nas estratégias de RH por todo o Brasil. Cursos, palestras, treinamentos, jogos e muito 1:1 são santos remédios para o desenvolvimento das pessoas!


  • 3. É interessante realizar mentoria técnica dentro da empresa?
  • R.: É sim, em todas as áreas e com os mais diversos objetivos! Na prática, a mentoria é um caminho mais curto, um atalho para a obtenção de uma dica, um insight, uma opinião de quem tem expertise naquele assunto, sem que a empresa tenha de se submeter ao bom e velho teste prático ou “conserto do avião em voo”. Recomendamos muito o investimento em mentorias, pois o custo-benefício é ótimo!


  • 4. Qual o principal motivo de transição entre empresas? Eles [os profissionais de TI] buscam o quê?
  • R.: Os motivos são os mais diversos, mas os principais podem ser agrupados em:
    – Querer demitir a empresa da sua vida pela relação ruim com a liderança;
    – Querer demitir a empresa da sua vida pela falta de perspectiva de crescimento;
    – Querer demitir a empresa da sua vida por incompatibilidade de valores e visão de mundo;
    – Querer demitir a empresa da sua vida por incompatibilidade com o time.



  • 5. Como é a interação do pessoal mais jovem com os mais experientes? Vocês têm alguma forma de promover interação entre eles e socializar o conhecimento?
  • R.: Todas as gerações são excelentes, bem-vindas e complementares. Procuramos, na verdade, criar condições para que se desenvolvam dentro de suas características, inclusive com programas customizados de desenvolvimento e de remuneração, como a prática de Benefícios Flexíveis.


  • 6. Quais ferramentas vocês recomendam para entender o momento e o perfil do profissional? (Assessment, por exemplo).
  • R.: O Assessment e a Avaliação de Desempenho, sempre com provocações para as 1:1s! O maior valor de todas as ferramentas é o pós-teste/pós-avaliação, ou seja, o feedback. das pessoas. É aqui que mora o ouro e o valor da empresa!


  • 7. Como vocês pensam o plano de carreiras? Como oferecer algo interessante para o pessoal, nesse sentido?
  • R.: As carreiras em tecnologia devem ser:
    a. Empolgantes;
    b. Desafiadoras;
    c. Rápidas;
    d. Versáteis;
    e. Adaptadas aos valores da empresa.
    Mesclar faixas salariais mais agressivas aos desafios propostos é um bom caminho. Mas o melhor é chamar a Leme para um diagnóstico e a gente propõe a melhor opção para a sua empresa!



  • 8. Vocês enxergam alguma opção ao Linkedin para buscar esses perfis?
  • R.: Não diríamos melhor, mas a nossa proposta é a versatilidade, envolvendo: parcerias com universidades, escola interna de formação de desenvolvedores e programa de estágio para carreiras Tech.


  • 9. Quais são os principais modelos de contratação para os profissionais Tech? Como desenhar plano de cargos e carreiras em o aquecimento em modelos de contratação como PJ, por exemplo?
  • R.: Os mais comuns são:
    – CLT;
    – PJ;
    – CLT Flex;
    – Cooperativas;
    – Projetos.
    É possível fazer um Plano de Cargos e Salários para os PJs, com muita proteção jurídica e vantagens tanto ao profissional quanto para a empresa. Procura a Leme que a gente te ajuda nessa!



  • 10. Vocês acreditam que homeoffice é diferencial na retenção de profissionais de TI?
  • R.: Hoje em dia não mais, já que se tornou uma prática global. Agora, se não é diferencial, pode ser motivo para as pessoas irem embora procurando empresas onde esta prática é adotada. Fiquem ligados!


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    [ M E G A L I V E ]


    DESIGN CAREER: ARQUITETURA DE CARGOS E CARREIRAS TECH
     


     
     

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    Luiz Antonio Oliveira
    CEO da Vikso Tecnology
    Sistema ODIN (RS)

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    BRUNO FALCÃO
    Diretor de Negócios
    SOU Educação (SP)

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    Gean Alex Pereira
    Gestor de Inovação
    FESC Saúde / Unimed (SC)

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    Anfitriões

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