Jogo dos 5 erros: as principais falhas dos chefes

Para ajudar no dia a dia das chefes, a consultora Marcia Vespa pontuou o que uma liderança não deve deixar escapar em seu papel, para conquistar respeito e admiração da sua equipe.


por Karina Costa
20/8/2011



Segundo especialista, o líder precisa ter metas definidas e organização para melhor
administração da área que chefia



Você, no papel de chefe, tem nas mãos o poder de gerenciar uma equipe. Infelizmente, não consegue lidar com os conflitos diários de sua área? Sente dificuldade em se comunicar com seus liderados, acumula tarefas, leva trabalho para casa, passa dias de folga adiantando serviço e, no final, o resultado é pouco satisfatório? E pior, não conquista boa avaliação de seu superior? Saiba, o problema pode estar ligado diretamente a você, líder.

O Tempo de Mulher conversou com a diretora de Educação Corporativa da Leme Consultoria, Marcia Vespa, que apontou os cinco principais erros que um líder não deve cometer de forma alguma com sua equipe: falta de clareza nas metas e de alinhamento com os objetivos da empresadiscurso incoerente com a práticaabarcar sozinho grande parte das tarefas ao invés de delegar funções e falta de iniciativa para aprendizado constante foram os principais apontamentos da consultora, erros que tem observado de um modo geral nas empresas.

Para ajudar efetivamente no dia a dia das chefes, Marcia Vespa pontuou o que elas não devem deixar escapar em seu papel de líderes. Reveja seus conceitos, se possível, siga os passos e, claro, Boa Sorte!

1 – O líder deve estabelecer laços de confiança entre as partes –  A credibilidade é, sem dúvidas, a competência mais importante. O líder precisa ser, fundamentalmente, uma pessoa crível, ter discurso coerente com a prática. Infelizmente vejo que 90% não atinge essa competência, há um desalinhamento absurdo nas corporações.

2º – O líder deve ter iniciativa para aprender sempre – Essa competência requerida tem um codinome popular: humildade. O líder precisa reconhecer que não está 100% preparado para nada na vida. Então, tem que voltar à sala de aula, pesquisar, ler livros, pois para ensinar precisa estar sempre aprendendo. Ele não precisa saber tudo, mas deve evitar dizer "não sei" aos colaboradores. Tem que buscar o caminho, assumir o barco e fazer acontecer.

3 – O líder precisa ter clareza de metas – Quando o chefe da área não define prioridades, atua no urgente e deixa de lado o importante. Qual líder já não teve ideias mirabolantes durante a madrugada, por exemplo, e com a desculpa de vir a esquecer, ligou o computador e disparou e-mails para seus funcionários? O resultado que se vê no dia seguinte é um monte de profissionais trabalhando alucinados e produzindo pouco por terem sido desviados de seus focos. Quando tudo é urgente, a equipe fica exaurida no final do dia não pelo que fez, mas pela preocupação do que deixou de fazer, e isso acontece por falta de organização. Novas ideias são, sim, bem-vindas, independente de planejamento, mas o que acontece é que os líderes dizem o que querem, como querem, mas não se preocupam em dar satisfação do porquê querem tal mudança, e isso é delegar mal.

4 – O líder precisa delegar cada vez mais – Na prática, isso significa desapego, abdicar do que gosta de fazer para desenvolver o grupo. O líder tem que ter como missão tornar o funcionário melhor que si próprio, mas o que tenho visto é falta de dedicação e tempo suficiente para fazer crescer seus sucessores. O pensamento é que é mais fácil fazer do que passar tempo ensinando, mas até quando o líder vai conseguir assumir tudo? O papel do chefe de uma equipe é sair da parte operacional, do que ama fazer para pensar estrategicamente a área.

Outra falha grandiosa é quando o líder percebe seu subordinado se destacando e o inibe. O problema é que vivemos um paradigma no ambiente empresarial ao estilo "manda quem pode, obdece quem tem juízo" e, pior, muitas vezes o funcionário é tratado como robô, como se não tivesse capacidade de pensar.

Quando por algum motivo o líder passar o bastão, a empresa precisa e vai continuar sem ele. Acho inadmissível quando o chefe agrega tudo para si, afinal ninguém é contratado para subir no pódio nem para uma disputa de popularidade, mas para ajudar perpetuar uma marca, fazer valer o objetivo da empresa. 

Isso explica porque muitas empresas tem dificuldade de promover pessoas para novos desafios. Existe sim plano de desenvolvimento de carreira, mas algum percentual desse plano depende do líder. Se ele não colaborar com seus subordinados, ninguém cresce.

5 – O líder deve alinhar os objetivos da área que comanda aos da empresa – O líder precisa entender onde a empresa quer chegar e, com a estratégia de sua área, ter a capacidade de gerar resultados e ajudar a empresa a atingir tal meta.

Muitas vezes o objetivo está escancarado, nem tudo precisa ser verbal. E quando não está claro e o líder não conseguir fazer a conexão, não tem que esperar dos superiores a resposta e sim se mexer e buscar. O problema é que muitos dos líderes esmorecem, são conformistas e quando o problema estoura, transferem a culpa para terceiros. 

Quando o líder consegue estabelecer a conexão entre sua área e os objetivos da empresa, faz com que ele próprio e sua equipe se sintam mais úteis, pois, independente da função que cada um exerça, todos vão perceber o quanto contribuem com o negócio. Se não for dessa maneira, voltamos ao paradigma do controle, de profissional fazendo diariamente mais do mesmo. E se não há conexão emocional, o funcionário pode ser substituído por qualquer outro

Fonte: Portal Tempo de Mulher, publicado no dia 28 de agosto de 2011 por Karina Costa

plugins premium WordPress