Ações de engajamento aceleram alcance de metas

Imagine a cena: você, fã de futebol, está concentrado em um hotel na véspera de uma importante partida, lado a lado com jogadores que foram ídolos no passado e que farão parte do seu time. Chegado o grande dia, ao desembarcar do ônibus que o levará ao estádio, repórteres o cercam para saber sua expectativa para o jogo. Imaginou? Pois é essa a experiência que alguns colaboradores da Pepsico desfrutaram no início de março, em Santa Catarina. Na oportunidade, uma ação de incentivo ao cumprimento de metas premiou profissionais de vendas e de distribuição que se destacaram em 2011.

A iniciativa foi criada pela Elos Cross, agência especializada em marketing de resultado de vendas, com o intuito de ser uma experiência diferente para os ganhadores, como explica o diretor-executivo da agência, Rodrigo Geammal. Como boa parte dos brasileiros, Geammal é apaixonado por futebol e diz que a ideia de ligar o esporte ao ambiente corporativo surgiu há três anos. “O objetivo é fazer com que o colaborador saiba [e experimente], por um dia, como é ser um jogador de futebol. Por isso a ‘concentração’ em um hotel e a contratação de ex-atletas e de ‘repórteres’”, diz. Para o executivo, premiações desse tipo têm resultados significativos, até mais do que prêmios pagos em dinheiro ou bens materiais, “porque mexem com o sentimento e a paixão de algumas pessoas”.

Por envolver uma preferência pessoal, a campanha pede cuidado, como aponta o consultor João Alfredo Biscaia, da SBA Associados. Ele explica que a criação desse tipo de iniciativa precisa contemplar a ideia de que as pessoas têm diferentes gostos. “O planejamento pode evitar possíveis constrangimentos”, diz.

Com ações distintas, mas também tentando mexer com o emocional de seus colaboradores, a Nextel realiza campanhas de engajamento desde 2010. Para a ação deste ano, desenvolveu o jogo Alternate Reality Game (ARG). Nele a “agente” Albertine Marie Litvinenko recruta os profissionais da empresa para se tornarem especialistas Nextel. “O game tem como objetivo trabalhar de forma lúdica todo o processo de implantação e explicação de nossos conceitos internos”, explica o vice-presidente de Recursos Humanos da operadora, Américo Figueiredo.

Assim como iniciativas realizadas no passado, o jogo permite uma conexão emocional entre a empresa e seus colaboradores, aumentando o índice de engajamento dos profissionais. Em 2011, por exemplo, a Nextel conseguiu que esse índice chegasse a 77%. “Contratamos o Tadeu Schmidt e fizemos o nosso ‘Show do Intervalo ’ (debate televisivo sobre futebol) para avaliarmos o que foi feito de bom e o que precisava de ajustes, discutindo, inclusive, assuntos delicados”, lembra Figueiredo. Para ele, ações deste tipo são importantes, pois há relação entre satisfação de colaboradores e resultados de venda. “Colaboradores satisfeitos influenciam a satisfação dos consumidores”, afirma. 

Trabalho reconhecido

Na Multirede, empresa especializada em engenharia de redes, o engajamento é buscado além da premiação em dinheiro. A analista de RH da companhia, Fernanda Domiciano, explica que em alguns casos há acréscimo no salário, mas, na maioria deles, o prêmio consiste em um troféu e a menção do nome do profissional na intranet. “As pessoas se sentem parte de um projeto. Há um envolvimento maior, não é pelo dinheiro, mas pelo reconhecimento de um bom trabalho e pela dedicação.”

A consultora Marcia Pereira, da Leme Consultoria, também concorda que nem sempre a premiação em dinheiro é suficiente. Para ela, o ideal é que as ações de engajamento em torno de metas sejam bem planejadas. “A empresa precisa avaliar o que é importante e atrativo para seus colaboradores, não adianta premiar só por premiar”, aponta.

Fonte: Canal RH

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