Tenho sido muito questionado em palestras, treinamentos, cursos e até mesmo por integrantes de minha equipe de trabalho sobre a verdade por trás do discurso de conciliação de tempo entre família e trabalho.
Para responder a este questionamento, recorri ao estudo da cultura de países desenvolvidos que já passaram por lições como as que estamos passando, atualmente, no Brasil, em termos de crescimento econômico, educação para a vida e para o trabalho.
O que descobri é que diferentemente da imagem que temos sobre os “gringos”, eles não são workaholics, inclusive, em muitos países da Europa, a carga horária diária de trabalho, chega a ser de seis horas para qualquer função.
Nas pesquisas, encontrei também países desenvolvidos, onde as pessoas trabalham muito e a renda per capita é alta, como é o caso do Japão, país desenvolvido no pós-guerra e com suas bases de cultura do trabalho estabelecidas, considerando a agricultura e pesca, ou seja, atividades que demandam muita dedicação e paciência.
Sempre me diziam que quem estuda muito fica louco e decidi correr este risco, em prol do esclarecimento de alguns paradigmas, como o trabalho contemporâneo. O lado bom foi que descobri que é possível sim conciliar a dedicação ao trabalho e a carreira, com a vida pessoal e a família.
O fato é que em algumas culturas se trabalha mais e em outras se trabalha menos, mas ambas conseguem conquistar resultados satisfatórios, desde que a base familiar seja preservada.
É importante frisar que não vivemos para trabalhar, mas sim, trabalhamos para viver, sendo que neste caso, a ordem dos fatores altera muito o resultado final.
O ser humano tem uma característica de valorização do próprio passe, e, às vezes, para sentir-se no caminho certo, faz esforços que somente levam ao prejuízo das relações familiares, mas efetivamente não levam ao sucesso na carreira, por isso, reuni algumas dicas que podem ajudá-lo a conciliar suas prioridades:
– Utilize o tempo do trabalho somente para o trabalho! Seja focado em suas entregas;
– Não leve trabalho para casa! É melhor ficar até mais tarde no serviço, para finalizar uma atividade, do que levar para casa. As pessoas odeiam o famoso “corpo presente – mente distante”;
– Encare o trabalho como o recurso que você escolheu para levar sua vida;
– Não misture o que você faz (trabalho) com o que você é (indivíduo);
– Fomente seu ócio criativo. Esqueça do trabalho em momentos de lazer;
– Trabalhe somente o suficiente e necessário;
– Não mostre para seu líder, horas de dedicação, mas sim, resultados superiores;
– Lembre-se que sua família vem em primeiro lugar. Afeto não se compra e não se vende.
Renan de Marchi Sinachi é consultor da Leme Consultoria.
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